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escola-tecnica-brasil-modeloApós ter sido questionada a perda da Escola Técnica para Caeté na Câmara pelo vereador, Nilo Teixeira, o Portal VcNaNeT investigou e descobriu que a informação divulgada pelo presidente da casa procede e que nos sistemas do FNDE não consta nenhuma movimentação do Governo do Estado de Minas em favor da Construção da escola. 

Anunciada ainda no governo Ademir de Carvalho, pelo Deputado João Vitor Xavier, a Escola Técnica do Programa Brasil Profissionalizante encontra-se hoje sem empenho gerado no Governo Federal por não ter uma diligência resolvida pelo Governo do Estado, apesar de estar no material de campanha do deputado e mesmo com idas e vindas sempre teve sua construção dada como certa pela Secretária de Estado Ana Lucia Gazola.

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 Telas do sistema mostram falta de movimentação do projeto

 

O portal VcNaNeT teve acesso com exclusividade as telas do sistema de acompanhamento e outros documentos da FNDE através de uma fonte do governo federal que pediu anonimato para não sofrer retaliações futuras.  A fonte além de passar os documento que provam que o governo do estado não fizeram nada para construir a escola, ainda disse acreditar que o Deputado Estadual, João Vitor Xavier sabia do fato, mas preferiu fazer um teatro em cima do fato, para poder com isto pedir votos para a sua campanha.

Na figura ao lado estão as telas das consultas do sistema de acompanhamento de projetos do FNDE do Governo Federal que foram feitas hoje, dia 01 de outubro, entre as 10:08 e 10:09 da manhã, e podem ser visualizadas no quadro ao lado (clique para ampliar) e mostram como está o andamento do processo da Escola Técnica de Caeté.  

Na primeira tela, lista de obras, constatamos que o processo foi diligenciado e que o prazo em vermelho não foi cumprido, já que o prazo final para a troca do terreno e complementação dos dados era  dia 23/06 ou seja dois meses antes da divulgação da mudança do local pelo governo do estado que se deu no dia 21 de agosto conforme divulgado na edição 2364  do Jornal Opinião publicada no dia 28 de agosto deste ano.

Já na segunda tela, a de analise de engenharia, foi verificado que até hoje, dia 01 de outubro às 10:00 da manhã nem se quer o local de instalação da escola foi trocado no sistema pelo governo do Estado, e informalmente descobrimos que até o presente momento a prefeitura de Caeté não foi se quer comunicada oficialmente pelo estado das intervenções que ela irá realizar e ainda que eles só sabem que terão que realizar algumas intervenções no local porque virão a matéria do deputado no opinião. Contudo, ainda não sabem se é ou não verdade se a escola mudará de local devido a falta de confirmação oficial pelo governo do estado.  

 

Questionada pela reportagem a prefeitura disse que encaminhou a demanda do portal para a Secretaria de Educação e retornará tão logo seja possível.

 

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Mesmo após perda do prazo secretária confirma escola para Caeté em Reunião

Já o deputado João Vitor Xavier que foi perguntado por e-mail, enviou à reportagem cópia do oficio 002690, datado de hoje 01 de outubro de 2014, (disponível na integra para download aqui) no qual a Secretária de Governo do Estado de Minas Gerais, Ana Lucia Gazola, comunica ao Prefeito Municipal de Caeté, Zezé Oliveira, a alteração do local, descreve as responsabilidades do Governo do Estado e solicita a Prefeitura a criação de uma rua lateral, bem como o agendamento de uma reunião técnica com o Subsecretário de Educação, Leonardo Petrus.

 

A reportagem achou alguns pontos que podem confirmar a denuncia da fonte ou demonstrar a incompetência do Governo do Estado, já que apesar de divulgar a mudança da escola em reunião na cidade administrativa no dia 21 de agosto, ela mandou o ofício para a prefeitura comunicando a mudança somente hoje dia 01 de outubro, ou seja, mais de um mês depois da confirmação e divulgação da troca do local para os caeteenses através de entrevista. É também importante salientar que mesmo com a mudança no dia 21 de agosto ainda sim o governo do estado descumpriu o prazo da diligencia do Governo Federal que era o dia 23 de junho de 2014 ou seja o governo definiu o local com um mês de atraso.

 

Outro ponto intrigante é de o ofício ser datado na mesma data em que a reportagem questionou o Deputado João Vitor Xavier, e a Prefeitura Municipal de Caeté, o que pode sugerir que o Estado realmente não tinha se movimentado para a construção da escola e que só vinham fazendo um teatro político para ajudar sua base, já que o ofício pode ter sido escrito somente depois do questionamento da reportagem ao prefeito e do deputado, ambos de partidos da base de sustentação do Governo de Minas.

 

 A fonte da reportagem afirmou ainda que além de fazer teatro eleitoral o Estado não tomou as decisões sobre o terreno em tempo hábil e que por este motivo o tão esperado projeto da Escola Técnica para Caeté poderia estar fadado ao fracasso, e lembrou ainda que mesmo sabendo disso, o deputado se utilizou do projeto para se promover eleitoralmente mentido para a população ao divulgar um projeto que poderá não acontecer.

 

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Matéria de Nilo em visita a Secretária de Educação,  Ana Lucia Gazola

Em pesquisa, a reportagem achou uma matéria do dia 21 de junho, na qual o presidente da Câmara Nilo Teixeira foi ao Gabinete da Secretaria de Estado, Ana Lucia Gazola, (Clique aqui para lê-la na integra), a dois dias do fim do prazo da diligencia do projeto e da possibilidade de perda da escola, onde a secretária disse ao vereador que  a pendência girava em torno do terreno, visto que o prazo para a Cemig retirar a rede de alta tensão que passa sobre o local seria de um ano e meio e as propostas apresentadas ao MEC para proteção da rede não foram aceitas. Ela afirmou ainda na matéria que todas as pendências no Governo Federal estavam  sanadas e que faltava apenas a definição quanto ao terreno para que o projeto fosse enviado para avaliação, o que não aconteceu. Ou seja, a dois dias do prazo final para escolha do terreno para instalação da escola o Governo se quer tinha escolhido o local, o que reforça a possibilidade levantada pela denunciante que o Estado poderia estar montando um teatro, no caso para promoção política do deputado.

 

Já o presidente da Câmara, Nilo Teixeira, quando questionado pela reportagem ontem se disse pego de surpresa com a noticia que o deixou muito triste, em especial  com a postura adotada pelo governo de estado, já que em visita à secretária o vereador ouviu dela que a construção da escola na cidade estava garantida. Ele ressaltou ainda que apesar da triste noticia trazida pela reportagem ele não medirá esforços para tentar salvar a vinda da escola para a cidade. Para ele a escola é de suma importância para o desenvolvimento do município sendo um ganho do qual o cidadão não pode abrir mão.

 

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Campanha do Vereador Guilherme rosa em favor da Escola Técnica 

Já o Vereador Guilherme Rosa, lembrou que ainda em 2013 fez uma grande campanha na cidade com direito a 4 outdoors, panfletos e carros de som para tentar comover os políticos da cidade a pararem de brigar, resolverem os impasses e construir a escola. À reportagem ele disse que gostaria da escola construída em Caeté não importava o local, mas que acreditava que a construção no Pito Acesso iria ajudar em muito o desenvolvimento da região e possibilitaria uma nova vida aos moradores dos arredores. Para ele, além da falta de esforço do Estado com o projeto, a "picuinha política" entre o prefeito Zezé Oliveira e o Deputado Estadual João Vitor Xavier ajudou para chegarmos a esta situação.

 

Na época em resposta aos questionamentos do vereador Guilherme Rosa, que pediu respeito à cidade para o prefeito Zezé Oliveira disse ao Jornal VcNaNeT em entrevista publicada na edição 92 do jornal que não havia  nenhuma picuinha por parte dele, e se há por parte de alguém, ele também queria saber. Salientou ainda que não mediaria esforços para a vinda da escola para a cidade.

 

Para Alesson Alves, diretor do VcNaNeT que fez diversas matérias sobre o tema, o caso mostra o total despreparo dos políticos locais que atuaram no processo e que deixaram suas brigas pessoais interferirem e  os impediram de pensar em uma solução para o problema.  Para ele, o impasse do local já poderia ter sido resolvido no primeiro dia em que foi constatado a presença da rede da CEMIG e a Prefeitura de Caeté  não pode assumir o custo de sua remoção, uma vez que temos na cidade diversos locais que poderiam substituir o local previamente escolhido e ser utilizados para construção da escola, como a área atrás do estadual que hoje é o local previsto pela Secretária de Estado, o  terreno atrás do solar do Tinoco é do Governo do Estado e apesar de estar cedido a fundação poderia tranquilamente ser o local da escola, lembrou ainda que poderiam ser desapropriado o terreno atrás do supermercado BH, ou mesmo ao Lado do Creche do Emboabas entre vários outros locais. Por isso, para ele o que faltou foi vontade e competência dos envolvidos no projeto para resolver o problema e trazer a escola para a cidade. Ele ainda disse à reportagem que fica muito triste com os políticos e Órgãos Públicos do estado que sempre que questionados pela imprensa ou sociedade se omitem e não respondem as dúvidas e questões polêmicas levantadas pela sociedade e quando respondem não esclarecem nada.

 

E para você a culpa da perda da escola, é da picuinha política entre o prefeito Zezé Oliveira e o Deputado João Vitor Xavier  ou da falta de comprometimento e competência do Governo do Estado com Caeté?