Rua_Coronel_Jose_de_Melo_6Vivemos em um Brasil de contrastes, ainda encontramos regiões nobres com serviços públicos funcionando a todo vapor, com baixo índice de assaltos, uma boa saúde pública, ótima infla-estrutura e neste mesmo Brasil nos deparamos com regiões castigadas pela fome e miséria, pela falta de serviços públicos essenciais como água encanada. País onde a segurança pública inexiste, e tudo é resolvido à bala, onde na realidade o que inexiste não é os serviços públicos, mas sim o próprio estado. Esse é um pequeno relato de um retrato de nosso país que em seus constastes engrandecem e entristece nosso espírito ao mesmo tempo.

O reflexo destes contrastes também pode ser analisado em menores proporções em qualquer lugar do Brasil, como vamos mostrar em nossa reportagem, dois casos ilustrados abaixo que colocam um pouco de tristeza em nosso espírito coletivo que está em festa pelas comemorações de nossos 300 anos.

Cenário um: “O Parabéns”

Recebemos denuncia no portal VcNaNeT que a administração municipal estaria realizando diversos serviços públicos em benefício próprio do prefeito Zezé Oliveira e sua família. Segundo o denunciante, que é funcionário público e pediu anonimato para não sofrer retaliações em seu trabalho, a prefeitura teria realizado obras de canalização de uma água que passava ao fundo da casa em construção do atual prefeito. Ainda segundo o denunciante, mesmo já tendo um bom calçamento e sem ter quase nenhum buraco, a travessa José C. da Silva estaria recebendo um recapeamento asfáltico (a calçada ganhou um camada de asfalto), o que para o denunciante teria somente um motivo para as melhorias pela prefeitura municipal, que seria trazer mais conforto para a chegada em casa do prefeito, seus familiares e amigos próximos. Afinal segundo o denunciante o local é onde Zezé sempre morou, viveu sua infância e tem seus principais amigos, e de quebra onde ele escolheu para ser construída a sua casa onde moram parte de sua família, como seu pai, e sua irmã, a secretária de Governo e Relações Institucionais, Silva Oliveira e o amigo de infância e vereador, Rubens Purysco Junior que também tem um imóvel no local.

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Fotos da Travessa José C. da Silva, antes e depois do asfalto.

Apurando as denuncias a reportagem do Portal VcNaNeT compareceu ao local e pode constatar que o recapeamento asfáltico (foto) foi realizado no local citado pelo denunciante, contudo devido as dificuldades no acesso ao local a reportagem não conseguiu confirmar se as obras de encanamento de água citada pelo denunciante também foram realizadas. Perguntada sobre o assunto através de sua Assessoria de Comunicação, a Prefeitura Municipal de Caeté até o presente momento ainda não se pronunciou, seja para esclarecer os fatos, ou para falar sobre os motivos pelo qual a travessa foi escolhida para ser recapeada.

Cenário dois: “O Pêsame”

Na outra ponta da pirâmide social recebemos aqui no portal VcNaNeT o senhor, Antônio Cesar Vitoriano (Apelidado de seu Totó), 71 anos, morador, do bairro Bonsucesso. À reportagem Totó contou a sua triste historia de idas e vindas ao poder público municipal em busca de uma melhoria essencial em sua rua.  Totó contou ao portal que há mais de 8 anos ele busca incansavelmente por solução para o problema da rua Coronel José de Melo, onde ele mora. Ele disse ainda que já perdeu as contas de quantas vezes foi à prefeitura nestes oito anos para solicitar o serviço e que sempre escuta a mesma resposta. A PMC diz a ele que o serviço e de responsabilidade do SAAE e o SAAE diz a ele que a responsabilidade é da PMC. Com esse impasse de quem é a responsabilidade da obra? Nem o SAAE, nem a PMC realiza o serviço de contenção do barranco que cedeu e levou metade da rua para o buraco.

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Na foto a rua Coronel José de Melo, com o buraco que pega metada da pista, na foto a direita o buraco com esgoto a céu aberto ao fundo. 

Em visita ao local, à reportagem do VcNaNeT pode ver a situação difícil vivida pelo seu Totó, além de ter metade da rua buraco abaixo, na porta de sua casa o senhor tem que conviver com esgoto a céu aberto que é jogado no barranco. O esgoto a céu aberto no buraco tem duas fontes de alimentação, uma vindo encanada e descartada na encosta e a outra vindo da rede fluvial (rede para água de enxurrada) que passa por baixo da casa do seu Totó e tendo o mesmo destino da primeira. Totó contou ainda a reportagem que quando o vento muda todo o mau cheiro gerado pelo esgoto vai parar na sua cozinha causando diversos incômodos para sua vida.

Totó lembrou ainda que o trânsito de veículos na rua é complicado, e que quando há passagem de caminhões na rua, como o de lixo por exemplo, eles passam encostados em uma árvore que tem em seu passeio, a qual é empurrada pelos caminhões e devido ao movimento tem causado prejuízos ao seu Totó.

A reportagem realizou contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Caeté, para saber se há algum projeto para realização das obras necessárias para o concerto da rua Coronel José de Melo, e informações sobre qual órgão seria o responsável pela realização da obra. Contudo até o momento de postagem desta reportagem nenhuma resposta havia sido enviada pela prefeitura.

Opinião do autor

É triste ver que em um país com tantas riquezas como nosso Brasil ainda temos lideres que não aprenderam que sua função no serviço público é atender e servir a população e não se valer deste poder a eles outorgado, utilizando estes serviços que deveriam atender a todos os munícipes em beneficio próprio, de amigos e familiares.

É verdade sim que todas as ruas ainda calçadas merecem sim serem recapeadas, contudo deixar de asfaltar ruas que nem calçada ainda dispõem e recapear a rua da casa do prefeito é uma afronta direta aos interesses do município e um tapa de luva dado em todo eleitor que foi às ruas democraticamente eleger ou não o atual prefeito. É simplesmente achar que todos os interesses da população caeteense foram imediatamente convertidos nos interesses individuais dos atuais gestores no momento de sua eleição.

 

E para você alguns dos dois cenários acima mostrados merecem palmas? Comente e ajude a debater o destino de nossos recursos públicos.