foto_do_menino_agredidoO menino de oito anos Kaíque Lucas Antero, que foi espancado por dois irmãos gêmeos de 12 anos, em Caeté, está em coma profundo, segundo a assessoria de imprensa do Hospital São Camilo. De acordo com o boletim médico, ele respira com a ajuda de aparelhos e recebe o suporte necessário para a manutenção das suas funções vitais.


 

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O menino de oito anos Kaíque Lucas Antero, que foi espancado por dois irmãos gêmeos de 12 anos, em Caeté, está em coma profundo, segundo a assessoria de imprensa do Hospital São Camilo. De acordo com o boletim médico, ele respira com a ajuda de aparelhos e recebe o suporte necessário para a manutenção das suas funções vitais.

De acordo com a Polícia Civil, parentes da vítima procuraram a corporação para registrar denúncia contra dois irmãos. Dias antes, a criança contou aos pais que teria levado socos e chutes dos dois adolescentes.
Ainda segundo a polícia,  na última quinta-feira (14), o menino foi internado na Santa Casa de Caeté após sofrer convulsões. A unidade de saúde informou que a polícia e o Conselho Tutelar foram comunicados assim que os médicos perceberam os sinais de agressão na cabeça do menino.

Após o quadro evoluir para um caso mais grave, foi necessário encaminhá-lo para o Hospital São Camilo. O hospital informou que a criança está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). De acordo com a irmã da vítima, ele teve hemorragia na cabeça e está em coma.

O garoto escondeu a agressão por cerca de uma semana, mas, depois de ter uma crise convulsiva, foi internado. Ele passou por uma cirurgia para "descompressão" cerebral após uma hemorragia interna.

A briga teria acontecido enquanto ele brincava na rua com os dois meninos atrás da rua de sua casa. Segundo a mãe do menino, Maria Aparecida Souza, ele voltou para casa com uma marca roxa no olho. Questionado, Kaíque alegou que tinha se machucado com um pedaço de cana.

Em conversa com familiares da vítima, os dois irmãos teriam confirmado a briga. A família acredita que o garoto tenha sido ameaçado para não contar sobre a agressão. A polícia vai investigar a mãe dos gêmeos para saber se houve negligência. Os meninos vão responder por ato infracional por lesão corporal.

Na segunda feira em conversa com as irmãs da vítima, as mesmas informaram que a criança encontrava-se em coma profundo com suspeita de morte cerebral e que os médicos deram até o dia 20, a data base para constatação de morte. Elas contaram ainda que as crianças envolvidas saíram da cidade com a mãe e que o pai das mesmas estava se escondendo e não atendia a ninguém.

Em conversa com o delegado de polícia de Caeté, na terça feira, Bruno Affonso, ele acha que a saída das crianças com a mãe da cidade, foi uma forma de preservação, pois não se sabe o que poderia acontecer, uma vez que o caso tomou repercussão internacional e teve uma comoção popular muito grande.

Os garotos que estão envolvidos na agressão se apresentaram na tarde de quarta feira ao delegado e deram os devidos esclarecimentos.

Os agressores afirmaram em depoimento à polícia, acompanhados da mãe, que apenas “brincavam” de lutar quando espancaram a criança. A mãe, que não teve o nome divulgado, negou ter conhecimento do espancamento.

O pai de Kaique tem outra versão.

Ela traiu a gente. Ela escondeu o caso o problema hoje é grave. A gente não sabe o que vai acontecer com meu filho.

Uma tia da vítima, Natalia de Assis, reza pela recuperação.

A gente está na expectativa, ele está nas mãos de Deus. A gente confia em um milagre.

 

O caso

De acordo com a família da vítima, o menino teria saído de casa para brincar e voltou com um ferimento no rosto. Ele teria dito que se machucou com um pedaço de cana. 

Alguns dias depois, entretanto, Kaique sofreu várias convulsões e foi levado para a Santa Casa de Caeté. De lá, foi transferido para a unidade onde está internado atualmente.

A polícia civil de Caeté através do delegado Bruno Affonso está concluindo o caso em tempo Record, pois já ouviu as partes envolvidas e montando o inquérito.

 

O conselho tutelar foi procurado pela reportagem e fez as seguintes considerações:

O Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente, em exercício de suas atribuições vem esclarecer que acontecendo agressões envolvendo crianças e adolescentes, o mesmo desenvolve um trabalho junto às famílias, sejam elas vítimas ou possíveis agressores. Este acompanhamento se dá juntamente com a rede sócioassistencial do município (CRAS, CREAS, SAÚDE e outros). A intervenção se dá através de visitas domiciliares, acolhendo as famílias, através da escuta  com intuito de verificar a real situação familiar e a partir de então os encaminhamentos são realizados de acordo com as necessidades, sejam eles psicológicos, assistenciais e judiciais.

Diante do crescente número de envolvimento de crianças e adolescentes com violência, drogas lícitas e ilícitas, o conselho tutelar vem alertar as famílias, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, no artigo 19, “Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.” O conselho desenvolve o trabalho de conscientização para que estes vínculos não sejam interrompidos, pois a presença dos pais é muito importante para o desenvolvimento cognitivo, social, psíquico.

Hoje é comum os pais trabalharem fora e os filhos maiores se responsabilizarem pelos o menores, sem a presença de um responsável, levando  estas crianças e adolescentes  a total falta de referência familiar e limites.

Então pais sejam exemplos para seus filhos ensinando-lhes boas maneiras e se fazendo presente em suas vidas.

Maria Helena G. Stehling  -  Conselheira /Presidente