caramujoO Caramujo africano (Achatina fulica) foi introduzido no país em substituição ao escargot na década de 1980, provavelmente no Paraná. Porém as tentativas de cultivo e comercialização fracassaram em diversos estados, já que a dieta alimentar brasileira não costuma incluir este tipo de iguaria. Esses criadouros disseminaram por todo país e por irresponsabilidade ou desinformação, os animais foram soltos no ambiente e, como se reproduzem muito rápido e não possuem predadores naturais aqui, hoje o caramujo africano é encontrado em praticamente todo o país. Desde 2005, o IBAMA proibiu a criação destes animais no Brasil (Instrução Normativa nº 73/2005).

caramujoO Caramujo africano (Achatina fulica) foi introduzido no país em substituição ao escargot na década de 1980, provavelmente no Paraná. Porém as tentativas de cultivo e comercialização fracassaram em diversos estados, já que a dieta alimentar brasileira não costuma incluir este tipo de iguaria. Esses criadouros disseminaram por todo país e por irresponsabilidade ou desinformação, os animais foram soltos no ambiente e, como se reproduzem muito rápido e não possuem predadores naturais aqui, hoje o caramujo africano é encontrado em praticamente todo o país. Desde 2005, o IBAMA proibiu a criação destes animais no Brasil (Instrução Normativa nº 73/2005).

 

Em Caeté, a ocorrência destes caramujos não é uma novidade e convive-se com esta praga urbana desde 2005 quando os primeiros relatos de infestação têm sido acompanhados pela Secretaria Municipal de Saúde. Essas infestações iniciaram-se numa região do Deschamps e em seguida, Centro. Ao longo destes anos houveram também, registros desses animais na Pedra Branca e Santa Fructuosa e, recentemente, Morgan. Não é uma medida de saúde pública a exterminação dos caramujos com a utilização de moluscicidas ou venenos, pois são muito tóxicos podendo causar a contaminação e morte de outros animais e de pessoas.

 

A atuação da Secretaria de Saúde é na orientação quanto às medidas a serem adotadas e, para isso, toda equipe de saúde está devidamente capacitada. É importante esclarecer que o principal método de controle dos caramujos é a catação manual dos adultos com destruição das conchas e também dos seus ovos que geralmente ficam enterrados e são fáceis de identificar. Os ovos medem aproximadamente 5 mm de diâmetro, são arredondados, casca amarelada e encontrados em grande número. A coleta deve ser feita com as mãos sempre protegidas por luvas ou sacos plásticos, nunca se deve enterrar os animais vivos e nem jogá-los no lixo, lotes vagos, rios, lagoas, etc. O controle periódico é fundamental e, para tanto, a operação deve ser repetida sempre que novos caramujos forem localizados. Um único caramujo pode colocar até 400 ovos por desova, o que acarreta uma rápida reinfestação no ambiente.

 

Informações importantes, segundo Ministério da Saúde*

• Não use sal para controlar os caramujos, para evitar a salinização do solo, o que poderá destruir gramados e outras plantas por muito tempo.

• A incineração dos exemplares também pode ser feita, desde que sejam tomados os devidos cuidados para se evitar acidentes durante o procedimento ou mesmo evitar que o fogo se espalhe. Mesmo quando incineradas, as conchas dos animais devem ser quebradas, para que não se tornem criadouros de larvas de insetos, como os da dengue, da malária, etc.

• Não coma caramujos encontrados livres no ambiente, crus ou que tenham sido mal cozidos.

• O caramujo africano não é um animal perigoso. Ele não morde, não pica e não tem veneno. Como para qualquer outro animal que vive livre em ambiente aberto, existe o risco de o caramujo africano transmitir doenças para o homem, razão pela qual se recomenda o uso de luvas de borracha ao manuseá-lo. Em caso de contato com o caramujo ou do contato de seu muco direto com a pele, basta lavar bem a área com água e sabão.

• Embora não haja, no Brasil, relatos de casos de transmissão de zoonoses (angiostrongilose abdominal e meningoencefalite eosinofílica) pelo caramujo africano, os procedimentos recomendados para a higienização de verduras, frutas e legumes consumidos crus são os que se seguem: lave bem esses alimentos em água corrente e deixe-os de molho por 30 minutos em solução de hipoclorito de sódio a 1% (1 colher de sopa de água sanitária diluída em 1 litro de água filtrada). Com esses procedimentos é possível evitar, além de outros parasitos, a infecção por larvas de Angiostrongylus spp. eliminadas no muco deixado pelos moluscos, que podem contaminar os alimentos e causar as zoonoses citadas.

* Manual de Vigilância e Controle de Moluscos de Importância Epidemiológica, 2007.