botatiraHá um bom tempo, com o aumento da frota de veículos de Caeté, os cidadãos têm reclamado, tanto nas conversas como na imprensa local, dos problemas de trânsito na Av. Dr. João Pinheiro entre o Jatobar e o SJ Construções. As soluções foram pedidas com clamor às autoridades e volta e meia o assunto voltava às rodas de conversa.
No trecho citado da avenida diversos problemas existiam e se agravavam nos horários de pico: veículos estacionados nos dois sentidos da avenida que dificultavam a passagem dos que estavam trafegando, o risco de atropelamento devido à combinação de trânsito intenso e volume de pessoas fazendo compras ou simplesmente transitando. Enfim, quem passava por ali, seja pedestre, ciclista, motorista ou animalzinho, tinha que tomar muito cuidado.
Evolucao_frota_CaeteHá um bom tempo, com o aumento da frota de veículos de Caeté, os cidadãos têm reclamado, tanto nas conversas como na imprensa local, dos problemas de trânsito na Av. Dr. João Pinheiro entre o Jatobar e o SJ Construções. As soluções foram pedidas com clamor às autoridades e volta e meia o assunto voltava às rodas de conversa.
No trecho citado da avenida diversos problemas existiam e se agravavam nos horários de pico: veículos estacionados nos dois sentidos da avenida que dificultavam a passagem dos que estavam trafegando, o risco de atropelamento devido à combinação de trânsito intenso e volume de pessoas fazendo compras ou simplesmente transitando. Enfim, quem passava por ali, seja pedestre, ciclista, motorista ou animalzinho, tinha que tomar muito cuidado.
Até que a Prefeitura de Caeté, tendo criado um órgão municipal para cuidar, dentre outras coisas, do trânsito, no caso, a Secretaria de Defesa Social – o que deverá ser objeto de atenção de todos no sentido da adequação ao Código Brasileiro de Trânsito e à Resolução 269/08 do CONTRAN -, resolveu por ordem às coisas e instalou em vários pontos da avenida placas de “proibido parar e estacionar”.
Logo na primeira semana se fez sentir como o fluxo de veículos era mais fluido, sem retenções nos horários de pico e com maior visibilidade para o motorista e para o pedestre que,sem os estacionamentos, se sentiram mais seguros. Talvez o único incômodo para os proprietários de veículos era ter de estacionar nas ruas perpendiculares ou paralelas para fazer compras ou mesmo ir ao banco. Temos certeza de que isso não foi grande problema quando se trata de melhorar o trânsito e proporcionar segurança principalmente para os pedestres.
Após a tomada de providências pela Prefeitura quanto ao problema vieram as reclamações por parte dos comerciantes situados ao longo deste trecho: alguns apontavam que não houve previsão de paradas especiais para carga e descarga e outros relataram uma queda nas vendas. O volume das críticas cresceu e a Prefeitura de Caeté, no final de dezembro, retirou as placas que havia colocado ao longo do trecho.
Em nota de esclarecimento de 28 de dezembro de 2010 a Prefeitura de Caeté afirma que a medida de colocação das placas “apesar de legal, era desnecessária, não surtindo, desta forma, o efeito desejado, provocando mais críticas que elogios”. A nota também expõe que o trabalho seria feito em etapas e que a primeira delas seria o choque de sinalização e em terceiro viria uma pesquisa com usuários, comerciantes, motoristas pedestres e moradores para ouvir sugestões e reclamações.
Primeiro: uma vez considerada como desnecessária a medida, tem-se a impressão de que o problema não existiu. Mas o problema ainda existe e voltou à estaca zero. Ao invés de desnecessária, a Prefeitura deveria ter admitido que a medida foi inadequada. Segundo: deixar a etapa de pesquisa para depois do choque de sinalização parece outra medida inadequada. Se os responsáveis tivessem conversado com a população antes da medida é bem provável que ela fosse mais acertada. Faltou diálogo! E terceiro: quais foram os custos da implantação da medida? Tudo custa dinheiro: placas, gasolina, serviços e pessoal envolvido na colocação e também na retirada. No mínimo, quando se erra uma vez o custo aumenta em até três vezes o valor: coloca, retira e recoloca.
Ainda em nota a Prefeitura esclarece que “optou pela retirada momentânea das placas para conclusão de estudos e pesquisas, para posterior instalação das sinalizações definitivas”.
Espera-se agora que tenham aprendido a lição. Qual seja: o diálogo com a população nos seus diversos segmentos sociais é primordial para o bom andamento da gestão pública. Enquanto isso, a população aguarda uma decisão mais sábia e baseada na conciliação dos interesses de todos mas com o pensamento voltado para aqueles que são os mais frágeis no trânsito: os pedestres e os ciclistas.
Frota de veículos de Caeté cresceu 114,9% em dez anos
Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) a frota de veículos do município cresceu 114,9% em dez anos (de 2001 a 2010), ou seja, mais que dobrou, passando de 5.709 veículos em dezembro de 2001 para 12.268 em novembro de 2010.
Quanto à taxa de crescimento calculada ano a ano verifica-se os anos de maior crescimento foram os de 2007 e 2008, respectivamente 13,2% e 12,9%, seguida de uma forte queda para 5,8 em 2009 devido à crise financeira mundial. Com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pelo governo federal em 2010 a taxa voltou a crescer e bateu 8,5%, índice próximo aos anos anteriores a 2007. A média do crescimento da frota para os últimos nove anos ficou em 8,9%, isso significa que, mantida essa média, ao final de 2020 Caeté terá um frota de aproximadamente 28.777 veículos, mais que o dobro do atual frota. Esta projeção, que está baseada na média, já considera os veículos com baixa no Detran, e demonstra que o atual modelo de mobilidade pode ser tornar inviável em dez anos: bastar imaginar o dobro do número atual de veículos que você vê rua hoje.
Contudo, as contradições começam a aparecer. Com o crescimento da frota aumentam o tempo no trânsito, os níveis de poluentes e ruídos e também a arrecadação do Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA). Contudo, segundo especialistas na área ambiental, os carros de passeio, categoria mais representativa entre os veículos, pode até significar desenvolvimento econômico, mas não representa necessariamente desenvolvimento da qualidade de vida dos cidadãos. É necessário investir em políticas públicas de mobilidade baseada no transporte coletivo de qualidade: mais linhas de ônibus com mais ofertas de horários e com trajetos diferenciados de diversos pontos da cidade bem como investir no conforto e na acessibilidade a idosos e portadores de necessidades especiais. Tudo isso para desestimular o uso dos carros de passeio, colocando à disposição da população um serviço digno, confortável, seguro, rápido e de fácil acesso a diversos pontos.

Em Caeté, houve um pequeno avanço no final do ano com a implementação do Ligeirinho, inaugurando um novo trajeto há tanto tempo requisitado pela população. Mas os avanços terão de ser mais significativos quanto ao transporte coletivo porque, ao que parece, a frota de veículos voltou ao seu ritmo de crescimento e tende a jogar por terra qualquer tentativa do poder público em regulamentar o trânsito. Em resumo: se não houver alternativa de um transporte coletivo de qualidade nenhuma placa de “proibido parar e estacionar’ dará conta do caos, do barulho, da insegurança e da poluição gerada.
FONTE: Sispmuc. Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Caeté.