Gostaria de dizer algumas coisas sobre o que aconteceu no dia 31/03/1964 e nos anos que se seguiram. Porque concluo, diante do que ouço de pessoas em quem confio intelectualmente, que há algo muito errado na forma como a história é contada. Nada tão absurdo, considerando as balelas que ouvimos... sobre o "descobrimento" do Brasil ou a forma como as pessoas fazem vistas grossas para as mortes e as torturas perpetradas pela Igreja Católica durante séculos.

Mas, ainda assim, simplesmente não entendo como é possível que esse assunto seja tão parcial e levianamente abordado pelos que viveram aqueles tempos e, o que é pior, pelos que não viveram. Nenhuma pessoa dotada de mediano senso crítico vai negar que houve excessos por parte do Governo Militar. Nesta seara, os fatos falam por si e por mais que se tente vislumbrar certos aspectos sob um prisma eufemístico, tortura e morte são realidades que emergem de maneira inegável. 

 

Ocorre que é preciso contextualizar as coisas. Porque analisar fatos extirpados do substrato histórico-cultural em meio ao qual eles foram forjados é um equívoco dialético (para os ignorantes) e uma desonestidade intelectual (para os que conhecem os ditames do raciocínio lógico). E o que se faz com relação aos Governos Militares do Brasil é justamente ignorar o contexto histórico e analisar seus atos conforme o contexto que melhor serve ao propósito de denegri-los.

 

Poucos lembram da Guerra Fria, por exemplo. De como o mundo era polarizado e de quão real era a possibilidade de uma investida comunista em território nacional. Basta lembrar de Jango e Jânio; da visita à China; da condecoração de Guevara, este, um assassino cuja empatia pessoal abafa sua natureza implacável diante dos inimigos.

 

Nada contra o Comunismo, diga-se de passagem, como filosofia. Mas creio que seja desnecessário tecer maiores comentários sobre o grau de autoritarismo e repressão vivido por aqueles que vivem sob este sistema. Porque algumas pessoas adoram Cuba, idolatram Guevara e celebram Chavez, até. Mas esquecem do rastro de sangue deixado por todos eles; esquecem as mazelas que afligem a todos os que ousam insurgir-se contra esse sistema tão "justo e igualitário". Tão belo e perfeito que milhares de retirantes aventuram-se todos os anos em balsas em meio a tempestades e tubarões na tentativa de conseguirem uma vida melhor.

 

A grande verdade é que o golpe ou revolução de 1964, chame como queira, talvez tenha livrado seus pais, avós, tios e até você mesmo e sua família de viver essa realidade. E digo talvez, porque jamais saberemos se isso, de fato, iria acontecer. Porém, na dúvida, respeito a todos os que não esperaram sentados para ver o Brasil virar uma Cuba.

 

Respeito, da mesma forma, quem pegou em armas para lutar contra o Governo Militar. Tendo a ver nobreza nos que renunciam ao conforto pessoal em nome de um ideal. Respeito, honestamente.Mas não respeito a forma como esses "guerreiros" tratam o conflito. E respeito menos ainda quem os trata como heróis e os militares como vilões. É uma simplificação que as pessoas costumam fazer. Fruto da forma dual como somos educados a raciocinar desde pequenos. Ainda assim, equivocada e preconceituosa.

 

Numa guerra não há heróis. Menos ainda quando ela é travada entre irmãos. E uma coisa que se aprende na caserna é respeitar o inimigo. Respeitar o inimigo não é deixar, por vezes, de puxar o gatilho. Respeitar o inimigo é separar o guerreiro do homem. É tratar com nobreza e fidalguia os que tentam te matar, tão logo a luta esteja acabada. É saber que as ações tomadas em um contexto de guerra não obedecem à ética do dia-a-dia. Elas obedecem a uma lógica excepcional; do estado de necessidade, da missão acima do indivíduo, do evitar o mal maior.

 

Os grandes chefes militares não permanecem inimigos a vida inteira. Mesmo os que se enfrentam em sangrentas batalhas. E normalmente se encontram após o conflito, trocando suas espadas como sinal de respeito. São vários os exemplos nesse sentido ao longo da história. Aconteceu na Guerra de Secessão, na Segunda Guerra Mundial, no Vietnã, para pegar exemplos mais conhecidos. A verdade é que existe entre os grandes Generais uma relação de admiração.

 

A esquerda brasileira, por outro lado, adora tratar os seus guerrilheiros como heróis. Guerreiros que pegaram em armas contra a opressão; que sequestraram, explodiram e mataram em nome do seu ideal.E aí eu pergunto: os crimes deles são menos importantes que os praticados pelos militares? O sangue dos soldados que tombaram é menos vermelho do que o dos guerrilheiros? Ações equivocadas de um lado desnaturam o caráter nebuloso das ações praticadas pelo outro? Penso que não. E vou além.A lei de Anistia é um perfeito exemplo da nobreza que me referi anteriormente. Porque o lado vencedor (sim, quem fica 20 anos no poder e sai porque quer, definitivamente é o lado vencedor)concedeu perdão amplo e irrestrito a todos os que participaram da luta armada. De lado a lado. Sem restrições. Como deve ser entre cavalheiros. E por pressão de Figueiredo, ressalto, desde já. Porque havia correntes pressionando por uma anistia mitigada.

 

Esse respeito, entretanto. Só existiu de um lado. Porque a esquerda, amargurada pela derrota e pela pequenez moral de seus líderes nada mais fez nos anos que se seguiram, do que pisar na memória de suas Forças Armadas. E assim seguem fazendo. Jogando na lama a honra dos que tombaram por este país nos campos de batalha. E contaminando a maneira de pensar daqueles que cresceram ouvindo as tolices ditas pelos nossos comunistas. Comunistas que amam Cuba e Fidel, mas que moram nas suas coberturas e dirigem seus carrões. Bem diferente dos nossos militares, diga-se de passagem.

 

Graças a eles, nossa juventude sente repulsa pela autoridade. Acha bonito jogar pedras na Polícia e acha que qualquer ato de disciplina encerra um viés repressivo e antilibertário. É uma total inversão de valores. O que explica, de qualquer forma, a maneira como tratamos os professores e os idosos no Brasil.Então, neste dia31 de março, celebrarei aqueles que se levantaram contra o mal iminente. Celebrarei os que serviram à Pátria com honra e abnegação. Celebrarei os que honraram suas estrelas e divisas e não deixaram nosso país cair nas mãos da escória moral que, anos depois, o povo brasileiro resolveu por bem colocar no Poder.

Bem feito. Cada povo tem os políticos que merece.

 

Se você não gosta das Forças Armadas porque elas torturaram e mataram, então, seja, pelo menos, coerente. E passe a nutrir o mesmo dissabor pela corja que explodiu sequestrou e justiçou, do outro lado. Mas tenha certeza que, se um dia for necessário sacrificar a vida para defender nosso território e nossas instituições, você só verá um desses lados ter honradez para fazê-lo.
 

A democracia fracassou no Brasil? Regime militar pode voltar?

Sex, 28 de Fevereiro de 2014 18:16

A democracia fracassou no Brasil? Regime militar pode voltar?

Eles querem a Volta dos Militares! Eles vão marchar dia 22 de março em várias capitais. Quem são essas pessoas e o que eles realmente desejam? Fanpage de Rachel Sheherazade apoia o evento.

#marchadafamilia22

http://sociedademilitar.com.br/

    Pedir às forças armadas que intervenham na política é algo perfeitamente plausível para milhares de cidadãos brasileiros. Eles se pautam no artigo da CF de 1988 que diz que as instituições militares devem garantir a lei, a ordem e os poderes constituídos. Essas pessoas há alguns meses têm articulado uma grande manifestação planejada para o dia 22 de março com o objetivo de dizer ao Brasil e ao mundo que desejam uma  nova intervenção militar no Brasil. Eles não negam que os militares erraram em alguns pontos durante a ditadura, mas reconhecem que sua ação foi precisa no sentido de ter livrado o país de se tornar um país comunista. Eles dizem que os militares, caso intervenham, deixarão o poder em pouco tempo, ficando em seu lugar um governo provisório, formado por civis de conduta ilibada.

    Em 2013 ocorreram algumas concentrações com o mesmo objetivo, principalmente no Rio e São Paulo, a participação foi pequena. Contudo, esse ano os grupos engajados na campanha parecem estar mais organizados, já confeccionaram cartazes, flyers e publicaram várias chamadas de vídeo para o evento. Uma das organizadoras avisa que a polícia e órgãos de segurança já foram convocados para prestar apoio às manifestações. Vários sites tem apoiado o movimento, que se alastra mais rapidamente na medida em que se aproxima a data marcada. Os organizadores informam que entre os divulgadores da Marcha da Família com Deus está a fanpage Rachel Sheherazade, a página tem mais de 50 mil seguidores.

   Acessando os links fornecidos pela organização pudemos calcular que os grupos e páginas que aderiram ao evento contam com cerca de 35.000 pessoas que participam diariamente, comentando e mencionando os artigos nas redes sociais, principalmente no twitter e facebook. Contudo, o número de seguidores das páginas ultrapassa 350.000, um número assustador, principalmente levando-se em conta que na internet ninguém é passivo, todos são multiplicadores de informação.

   Eles não defendem nenhum partido político, criticam a doação de dinheiro para o governo cubano, criticam o sistema de saúde, a contratação de médicos cubanos pelo governo e gastos para a realização de grandes eventos esportivos em um Brasil que não proporciona aos seus próprios cidadãos uma qualidade de vida pelo menos razoável.

   Entre as solicitações do movimento estão:  1 - destituir a presidente Dilma Rousseff do cargo de presidente da republica, e o vice-presidente Michel Temer por estarem inaptos a ocuparem seus cargos e por não conterem mais a confiança e legitimidade do povo brasileiro. 2 - dissolver o Congresso Nacional  3 - prisão de todos os conspiradores por corrupção e alta traição, ao servirem voluntariamente a interesses estrangeiros contra o Brasil através do foro de São Paulo, que é uma invasão sigilosa do território nacional executada por países estrangeiros liderados pelo regime de Cuba através de agentes infiltrados, também por associação aos narcotraficantes das FARC e pelo desvio das riquezas nacionais para beneficiar outros países. 4 - dissolução de todos os partidos e investigação com punição à organizações e partidos integrantes ou apoiadores do Foro de São Paulo. 5 - Intervenção em todos os governos estaduais e municipais e seus respectivos legislativos sob a mesma forma dos itens 1 e 2. 6 - combate sistemático à corrupção e subversão. 7 - intervenção no STF, cuja presença de ministros simpáticos aos conspiradores é clara e evidente.  

   Quando questionados sobre possiveis confrontos com militantes de esquerda, que prometem comparecer ao local, e até realizar uma marcha em paralelo, os defensores da intervenção militar dizem que não ha nenhum tipo de receio, pois a polícia e demais orgãos de segurança já foram informados sobre a manifestação.

    Críticos da proposta de intervenção dizem que é uma campanha irracional, haja vista que não haveria mais o risco de algum país se tornar socialista em pleno sec.XXI. Mas os organizadores da marcha se defendem dizendo que basta olhar para o que está acontecendo na Venezuela e em países como a Coréia do Norte para atestar que o fantasma do comunismo ainda assombra o mundo.       

http://sociedademilitar.com.br/

    Nos últimos meses a discussão entre esquerda e direita é cada vez mais intensa no Brasil. A esquerda chama os organizadores dessa manifestação de reacionários, fascistas e extremistas de direita. Talvez eles sejam realmente reacionários, afinal, pedem uma reação contra os desmandos perpetrados pelo governo atual. Porém, acusa-los de Fascismo e de ser de extrema de direita não é plausível. Quem se opõe ao evento cita principalmente a tortura e autoritarismo como características dos militares.

   Foi marcado também para o dia 22, no mesmo local, a "Marcha Antifascista", organizada pelo grupo Ação Antifascista Brasil. A chamada é atrevida e merece a atenção das autoridades, ja que ao contrário dos manifestantes da Marcha da família, o grupo que se diz anti-fascista promete uma BADERNA, veja: "já que eles querem tanto a ordem, vamos trazer para a burguesia a verdadeira "baderna do povão" já que como disse o ilustre DITADOR Figueiredo "Prefiro o cheiro de cavalos ao do povo". 

   A grande mídia tem se calado em relação a Marcha da Família com Deus marcada para o final desse mês. O silêncio pode ser um sinal de que o evento realmente oferece perigo à ordem vigente. É certo que no mínimo causará um considerável prejuizo político para o governo atual e a grande verdade é que os manifestantes da marcha da família tem direito de expressar sua opinião, isso é endossado pela constituição federal, e as autoridades tem de garantir esse direito.

     Entendemos que aqueles que são a favor do governo atual também tem direito de se manifestar, desde que de forma realmente pacífica. Se houver algum tipo de baderna, confronto ou confusão, a repercussão poderá ser maior ainda, dando voz àqueles que a mídia quer calar, por isso a estratégia mais racional para os grupos que simpatizam com a esquerda será se manter o mais longe possível, deixando sua manifestação para outro momento. 

    Esse mes de março, aniversario de 50 anos da intervenção militar no país, promete ser bem movimentado, parece que a direita, antes calada, pretende mostrar sua força. Além da marcha da família ha várias comemorações em memória do evento que, indiscutivelmente, livrou o Brasil do Comunismo. 

  As autoridades tem de estar atentas, se existe uma quantidade tão grande de pessoas que vê nos militares a única alternativa para salvar o país, e que por isso solicitam uma intervenção das forças armadas, certamente há muita coisa errada acontecendo no Brasil. Será que nossa democracia fracassou mesmo, precisaremos começar de novo? 

Veja: - General se manifesta sobre a Marcha da Família.