Nos últimos anos tivemos um intenso movimento no circuito cultural caeteense, vimos nascer uma enxurrada de eventos na cidade reafirmando a tradição do município na área festiva. Contudo, devido a saída de promotores do circuito cultural da cidade, a entrada de poucos no mercado e a concentração dos eventos em poucas mãos, temos no município uma onda de eventos iguais com nomes diferentes. Afinal que não se lembra da Festa da Música? Festa do Beijo, Churrascão da Turma do Copo, Jegue Elétrico, Aniversário do Poste de Pizza, Festival do Bolinho de Feijão, das famosas barraquinhas dos bairros Pedra Branca, Bonsucesso, São Geraldo, Deschamps, Vila das Flores entre outras.
Antigamente, tínhamos várias pessoas que às vezes nem promotores eram, mas que se organizavam e promoviam grandes eventos na cidade, e o melhor, em sua grande maioria gratuitos. Como não reverenciar Calos Otoni e Tãozinho na organização da Festa da Padroeira, a diretoria social do Clube dos Funcionários, onde participaram João Leite, Jorge Silva, Lanjolivia, entre outros que organizaram os primeiros Carnavais de Inverno que deixa saudade até hoje, nas lembranças de muitos caeteenses.
Como não lembrar dos grandes na barraquinha de Santa Ana, como o da dupla João Batista e Manuel que arrastou mais de 5 mil pessoas para a praça da Pedra Branca, ou mesmo da Barraquinha do Morgan que levava tanta gente que ficava até difícil andar na praça do bairro durante sua realização.
Mas como vimos nos dias atuais o “mercado” (como dizem alguns produtores) e a falta de apoio do comércio local, tem matado as manifestações gratuitas disponibilizadas dentro do município. Contudo parece que esta postura até aqui imposta pelo mercado tende a mudar. Próxima de seus trezentos anos, a cidade vem passando por uma grande transformação em seus eventos, em particular os eventos abertos com organização de ONGs e de promotores que estão ressurgindo no município, ressaltando a nossa já antiga tradição festiva.
Neste ano vimos brilhar os blocos da cidade que deram um grande Up em nosso Carnaval de rua. Vale ressaltar que os blocos tiveram apoio da prefeitura, que nesta gestão tem olhado com mais carinho para as festas populares, mas não podemos deixar de parabenizar os idealizadores e promotores dos eventos, como o Macaca que junto a Associação dos Artesãos e do Maracatu, ressuscitaram o carnaval de rua do centro, quando nem mesmo o carnaval tínhamos na cidade. A associação do Bonsucesso que criou e manteve mesmo com poucos apoios a quadrilha do Bonsucesso, entre várias outras que com ou sem apoio vem criando e desenvolvendo o circuito festivo da cidade.
Como todos devem estar se perguntando, este ano pode ser o ano em que novamente veremos o já consagrado Carnaval de Inverno voltar para a Praça de Brandão gratuitamente para o povo. Agora é esperar pra ver.
Bom dia.