POVO_BRASILEIRO
Pelo visto, temos que ver as coisas e não podemos nem mesmo nos manifestar, temos que nos conformar com as situações e não podemos fazer nem mesmo um questionamento.
Se sentir prejudicado e impotente ainda é pouco para certos políticos da nossa cidade, pelo visto, além de toda nossa indignação, temos que nos calar e aceitar as situações a nós impostas de boca fechada, com cara de paisagem para que assim não sejamos massacrados pelos que tem o poder e não fazem bom uso dele.
Na semana passada, nós da reportagem do VCNANET, recebemos uma denúncia que o processo seletivo da Câmara não tinha sido feito da maneira correta. Uma das concorrentes, que se sentiu lesada, veio até nós e fez um desabafo, muito caloroso, e em certos momentos eu não aguentava nem olhar no rosto da senhora que eu estava gravando a entrevista porque me dava vontade de chorar também. Ela estava inconsolável, muito triste, contando de como se preparou para fazer o processo seletivo da Câmara, ela falava e as lágrimas caiam de tanta indignação.
Qual de vocês, meus amigos, não se sentiriam triste com esta situação? Qual de vocês não correria para tentar sanar as perguntas daquela pessoa, uma senhora que poderia estar confortavelmente em sua casa acomodada com sua vida, mas não, ela estava correndo atrás de uma ocupação melhor para sua mente, estava buscando superar os seus limites e fez de tudo para isso.
Enviou o currículo, estudou dia e noite para a prova, fez a entrevista com uma grande expectativa e obteve uma pontuação invejável na prova.
Ela nos contou como foi a sua alegria em tirar a maior nota da prova, de como ela telefonava para todos para contar o feito, uma pontuação muito alta, digna de pessoas que cursam faculdade. A alegria estava trasbordando nesta senhora.
Quando ela nos contou da entrevista, ela parava e olhava infinitamente para frente e com os olhos cheios de lágrimas dizia: “eu repito na minha mente a entrevista toda, e fico pensando, onde foi que eu errei?” Mas é uma resposta que infelizmente nós não vamos conseguir nunca responder, e as pessoas que podem, preferem dizer que “tudo está dentro do edital”. Como tentar que esta pessoa aceite que, na verdade, o que estava valendo era somente a etapa final? Como colocar na cabeça desta pessoa que infelizmente ninguém pode fazer nada?
A senhora não quer mais ser chamada, ela não quer que eles aceitem que ela trabalhe lá, ela só quer entender o motivo de ter se esforçado tanto para nada.
Minha senhora, como eu gostaria de poder sanar um pouco da sua dor e decepção. Como eu gostaria de te dizer que coisas como esta não vão mais acontecer, mas quem sou eu para fazer alguma coisa? O que eu podia fazer, eu fiz. Mesmo que depois eu tenha sido chamada de mentirosa, eu fiz minha parte, divulguei e mostrei para o povo o que aconteceu. Não acrescentei nada, não acusei ninguém, somente pedi explicações.
Foi até a Câmara no mesmo dia que estive com a senhora e perguntei um por um daquela casa que estava envolvido no processo o que havia acontecido, mas ninguém quis me dar explicações.
Na quinta-feira, saiu em todos os jornais da cidade uma nota de esclarecimento sobre o assunto, sendo que na época nem isso eu obtive, talvez ficava mais barato para o povo se a Câmara tivesse dado as explicações na matéria, que o presidente da mesa chamou de mentirosa. Não bastou ter acontecido o que aconteceu, tivemos que escutar o presidente da Câmara, Lorindo, nos chamar de mentirosos, que veiculamos matérias mentirosas.
Agora, eu pergunto ao presidente, onde está a mentira senhor Antônio Carlos Lorindo? Onde nós erramos? Será que nosso erro foi mostrar para o povo um ponto de vista diferente do seu? Ou será que erro do jornal VCNANET é dar voz ao povo? Mostre-nos o nosso erro, por favor, para que assim possamos te pedir desculpas e a todos que participaram do processo selecionado ou, desculpe, seletivo.
Os demais vereadores que me desculpem, mas quando falo Câmara, eu realmente coloco todos vocês em xeque, afinal por que não questionar o que aconteceu?
Quando eu vi o vereador Guilherme Rosa o “defensor do povo” usar a tribuna para falar sobre o assunto eu pensei “agora a coisa muda”. Que nada, a coisa ficou a mesma de sempre, mesmo dos casos passados que aconteceram com outros vereadores e a Câmara não tomou providência.
Guilherme falou que o advogado da Câmara tinha explicado para ele tudo, que era um processo seletivo e que a pessoa tinha que passar em todas as etapas, e a senhora não passou na entrevista.
Como assim senhor Guilherme Rosa? Onde está o questionamento sobre o teor tão espetacular da entrevista que elimina uma pessoa com 80% da prova e elege uma com 55%? Como  que o senhor explica que uma funcionária da Prefeitura, órgão que os senhores fiscalizam, faça as entrevistas para escolher os funcionários da casa? Como o senhor me explica, ou melhor, como o senhor explica para nosso povo já tão cansado de ser passado para trás?
O que eu posso fazer, meus amigos leitores, não é mudar as situações, mas posso divulgar a sua voz, o grito que está em sua garganta e quanto à mudança, isso fica a cargo de vocês na eleição, pois estes políticos de profissão tem que aprender que o povo não são uns João ninguém, não existem somente em época de eleição, que o povo merece respeito, doa a quem doer.
E outra coisa: vocês podem sair impunes de todas as leis dos homens, mas a de Deus é implacável.
Então, minha senhora, com certeza Deus já está providenciando a sua vitória!
Bom fim de semana a todos e até semana que vem se Deus quiser.