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Galera, eu pude assistir, na Câmara, uma reunião que, em meu ver, foi a melhor desta gestão. Vi vereadores discutindo projetos com muita convicção, uma Câmara que resolveu participar mais do que está acontecendo no município, preocupada com o rumo que as coisas estão tomando ou podem tomar.
Galera, eu pude assistir, na Câmara, uma reunião que, em meu ver, foi a melhor desta gestão. Vi vereadores discutindo projetos com muita convicção, uma Câmara que resolveu participar mais do que está acontecendo no município, preocupada com o rumo que as coisas estão tomando ou podem tomar.
Vi vereador defendendo seu ponto de vista com total veemência e com o pensamento voltado para o povo. (Bem, eu prefiro acreditar que era no povo que se estava pensando).
Então vamos aos melhores momentos da última reunião ordinária do ano. E como não podia faltar, havia uma indicação.
Como foi a última reunião do mês, o cidadão pode usar a tribuna. E foi usada por dois cidadãos. O primeiro foi o senhor Antônio Carlos Chagas, presidente da parada contra homofobia de Caeté.
Carlos pediu ao presidente da Casa que agilize as providências em relação ao caso Pardal (aquele em que o vereador foi acusado de homofobia). O vereador Pardal aproveitou a ocasião para esclarecer certas questões, como por exemplo, o fato de o vereador ter dito que não falaria com “esta bicha”, como foi colocado pelo Antônio Carlos, na reportagem do Jornal Alterosa. Pardal perguntou ao vereador Cássio se este havia ouvido, em algum momento, tais palavras. Cássio negou ter ouvido Pardal se referir a Carlos dessa forma.
Pardal perguntou também ao vereador Dalton se, por alguma vez, ele chegou a maltratar Carlos. Dalton também desmentiu as afirmações de Antônio Carlos, que ficou um pouco irritado com as declarações dos vereadores. Segundo Pardal, quem o conhece, sabe bem que ele não é uma pessoa preconceituosa. O vereador disse ainda que não vê a hora desse pesadelo acabar.
Logo depois de Carlos, quem fez o uso da tribuna foi o engenheiro Antônio Viana, que falou sobre as mineradoras. Ele disse que não temos que pedir esmolas para ninguém, e se as mineradoras estão tirando riquezas daqui, nada mais justo que devolva, pelo menos, um pouco do que sai de nossa cidade.
O primeiro vereador a usar a tribuna foi Prutaco. Ele endossou as palavras de Antônio Viana sobre as mineradoras, ressaltando que essas grandes empresas têm muitos lucros, mas não se importam com nossa cidade.
O vereador falou também sobre a igrejinha de São Francisco de Assis, no centro de Caeté, destacando o estado de abandono do local. Segundo Prutaco, a única pessoa que se interessava pela a igrejinha era a vereadora Rosane Viana, mas que, infelizmente, depois de seu falecimento, além de Caeté perder uma grande figura política, a igrejinha perdeu quem tinha carinho por ela. Agora, eu lhes digo, se a vereadora Rosana, na época, tinha como ajudar a manter a igrejinha, porque o nobre vereador, já que está tão preocupado, não faz o mesmo? Bem que se diz que falar até papagaio fala.
O vereador Dalton pediu uma parte na fala de Prutaco para debater sobre as mineradoras. Ele disse que quem o fez acordar sobre a barragem foi o senhor Antônio Viana. Foi através dele que o vereador iniciou a pesquisa, juntamente com a Prefeitura, e descobriu que a barragem estava 30% no distrito de Caeté (aquela história da placa de dois milhões). Dalton disse que não é contra as mineradoras, mas enfatizou que se as empresas vierem, vai recebê-las de braços abertos, mas não de pernas abertas.
Dalton disse também que em câmara de nove vereadores não tem bobo, que as vezes eles podem ate dar umas cochiladas, mas que lá na câmara só tem vereador NINJA!!
(Cuidado com sua interpretação kkk)
Mais um vereador fez uso da tribuna na última reunião, o cabo Jorge. O vereador agradeceu a presença do deputado federal Vitor Penido e disse ser raro receber um deputado na Câmara, ainda mais com o comprometimento que o deputado tem com a cidade.
Cabo Jorge disse que o motivo que o levou até a tribuna foi o fato de o vereador Prutaco ter falado que o secretário de obras, Manoel Hugo, não tinha “vergonha na cara” de manter a cidade tão mal cuidada. Cabo Jorge disse que vergonha na cara, o secretário tem. Porém, não há dinheiro em caixa para executar obras e, além disso, o secretario tem contra ele as chuvas. Segundo o vereador, certas providências já estavam sendo tomadas, como a operação tapa buracos nas ruas da cidade e a ponte, que o vereador Prutaco disse que estava caindo, que já foi revitalizada.
Senhores vereadores, ao invés de fazer indicações, é melhor ir até a tribuna e cobrar dos secretários, assim as obras saem. Viu como está funcionando as coisas na Prefeitura?  Na base do grito.
Os vereadores discutiram ainda sobre a emenda feita no projeto do executivo, que diminui para 5% o valor que o prefeito pode usar do orçamento, sem que passe pela aprovação da Câmara.
Deixe-me explicar: o município tem um orçamento para o ano seguinte e a Câmara determina qual a porcentagem o prefeito pode usar, sem precisar da aprovação da Câmara. O executivo entrou com um projeto pedindo aos vereadores o uso de 20% do valor do orçamento geral do município, sem essa aprovação.
Os vereadores Prutaco e cabo Jorge defendem o percentual de 20%, justificando que se pode agilizar o processo para a realização de obras. Porém, os demais vereadores acham que o prefeito tem que fazer projetos e mandar para a Câmara, que assim pode fazer o papel dela e fiscalizar o que vai será feito com o dinheiro público.
Prutaco defende que é correto votar os 20%, como o executivo pediu. Ele afirmou ainda que não tem o rabo preso com ninguém e, por isso, pode votar como achar melhor, ressaltando que não votou a mando da prefeitura, mas fazendo o que julgava ser melhor para a cidade.
Cabo Jorge falou também sobre a importância de liberar os 20% para a prefeitura. Ele garante que o município só ganhará com isso, pois haverá diminuição de boa parte da burocracia. O vereador afirmou que a Câmara não pode deixar que, por falta de verba, o prefeito não possa trabalhar, uma vez que o voto contrário estaria “engessando” o braço do prefeito. Segundo cabo Jorge “os vereadores que votaram contra a emenda não votaram contra o prefeito, mas contra o povo”.
O último vereador a usar a tribuna foi Cássio, que parabenizou o deputado Vitor Penido, comentando sobre algumas das obras, que foram feitas em Caeté, com recurso federal concedido através do deputado. O vereador Cássio falou também sobre a tal emenda, defendendo o percentual de 5% no orçamento.
Não vejo, em momento algum, vereador querendo prejudicar o prefeito ou mesmo a população. Temos que saber para onde vai o dinheiro. A Câmara está lá para este fim, fiscalizar se os projetos do executivo estão dentro das formas legais e se vão beneficiar a população.
Quem não gostou muito do que o vereador Cássio falou sobre o percentual foi Prutaco, que se exaltou e falou que, há três anos, os vereadores vêm votando no valor de 20% livre para o prefeito, e só agora, por se tratar de ano de eleição, os vereadores querem diminuir isso.
Em minha opinião, parecia que quem iria administrar o dinheiro era Prutaco, porque a última vez que o vi defender um projeto dessa forma foi quando doaram 10 mil metros para a oficina mecânica.
Lorindo pediu a palavra e disse que “errar é humano, mas permanecer no erro é burrice”. Segundo Lorindo, se tem permitido o valor de 20% para prefeitura por todos esses anos , e não tem dado certo, é hora de mudar as coisas.
E o assunto rendeu! Mas foi até divertido. Pela primeira vez vi Cássio irritado e gostei de ver que ele conseguiu se expressar muito bem. Para concluir: o projeto aprovou apenas 5% para uso livre da Prefeitura e os demais projetos, que precisarem de dinheiro, terão que contar com a aprovação da Câmara.
Na reunião extraordinária para eleição do presidente da mesa, Lorindo foi eleito, por unanimidade, para a presidência, com Cássio como vice e José Francisco para secretário (que torço para saber ler tão bem quanto o último secretário).

E para terminar, eu não poderia deixar de dar um abraço bem especial não para o vereador, mas para meu amigo Lorindo, pelo que passou, com a família, no fim de semana. Que Deus possa iluminar e dar conforto aos familiares e a todos aqueles amigos que, com certeza, seus sobrinhos conquistaram .

 

Ione Gonçalves