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Nos últimos anos, mantive alguns encontros com Francisco Anysio de Paula Filho, o maior artista que o Brasil já produziu, e, como milhões de fãs e admiradores, eu tenho acompanhado com atenção seu estado de saúde. Numa de nossas conversas, falamos sobre um dos últimos trabalhos de Chico, que foi o recital de poemas do genial escritor pernambucano Ascenso Ferreira para uma série de CDs chamada “Poesia Cantada”. “De tudo o que eu fiz até hoje, nada se compara isso; é meu melhor trabalho”, disse-me o artista multifacetado, que muitos conhecem apenas como Chico Anysio, o criador de tipos inesquecíveis que ainda hoje nos fazem rir.

Nos últimos anos, mantive alguns encontros com Francisco Anysio de Paula Filho, o maior artista que o Brasil já produziu, e, como milhões de fãs e admiradores, eu tenho acompanhado com atenção seu estado de saúde. Numa de nossas conversas, falamos sobre um dos últimos trabalhos de Chico, que foi o recital de poemas do genial escritor pernambucano Ascenso Ferreira para uma série de CDs chamada “Poesia Cantada”. “De tudo o que eu fiz até hoje, nada se compara isso; é meu melhor trabalho”, disse-me o artista multifacetado, que muitos conhecem apenas como Chico Anysio, o criador de tipos inesquecíveis que ainda hoje nos fazem rir.

Chico, tal qual se diz num poema de Ascenso Ferreira, é “madeira que cupim não rói”. Sua obra é eterna. E seu desejo de viver – e de criar – ainda poderá lhe dar muitos anos de vida e muitas alegrias a todos que o cercam. Acabo de ler um livro raro, passado às minhas mãos pela ex-mulher de Chico, Zélia Cardoso de Mello. Chama-se “Sou Francisco” e suas edições já estão esgotadas. Foi publicado em 1992, quando ele previa ter mais 25 anos de vida, chegando, portanto a 2017. “A vida é linda demais e demasiadamente curta para que a tornemos insuportável”, escreveu o artista.

Quando o entrevistei, para a revista Istoé, pela primeira vez ele falou em morte. Chico tinha apenas 4% da capacidade pulmonar e vinha se tratando em São Paulo. Tratava o cigarro como seu único arrependimento. Isso aconteceu há uns três ou quatro anos. Depois disso, a Globo o chamou, ele voltou a gravar quadros e entrevistas em diversos programas da emissora e fez até cinema. O trabalho renovou sua saúde, como o desejo de criar continua lhe dando forças no hospital do Rio, onde ele agora se encontra, recebendo a torcida e a corrente de orações de milhões de fãs que ele espalhou pelo Brasil.

Eis aqui como se define o gênio na biografia "Sou Francisco":

“Fora isso, sou o que sou: palmeirense, vascaíno, ariano, cearense, maranguapense, tímido, razoável pintor, bom ator, mau perdedor, humorista, poeta, letrista, contista, romancista, bom contador de histórias, bom filho, bom pai, irmão regular, bom sujeito, peemedebista, cardíaco, trabalhador, ótimo profissional, péssimo amigo, telespectador assíduo, amante de todos os esportes, comentarista da Rádio Tupi, reconhecido aos muitos que me ajudaram, sem rancor, melhor ex-marido do que marido, enfim... sou Francisco.”

 

Fonte: Brasil 247