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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou, na última quarta-feira (5), uma operação que resultou na prisão de oito pessoas que integravam uma organização criminosa suspeita de aplicar golpes em vários estados do país. Entre os golpes, estão fraude na venda de veículos e falso empréstimo. A operação recebeu o nome de “Simulation” e culminou na prisão de oito pessoas, além de duas conduções coercitivas e 13 mandados de busca e apreensão cumpridos.  Estima-se que cerca de 100 pessoas foram lesadas, gerando um lucro de R$ 2 milhões para a quadrilha.


 
Entre os presos estão os irmãos Carlos Francisco Gomes, 40 anos; João Francisco Gomes, 45, e Marizan Francisco Gomes, 51. A esposa de João, Romária Flávia de Oliveira, 30, e a companheira de Carlos, Janaine Ferreira da Silva, 31, também foram presas, além de Elisson Euclides Braga, 32; Walter Sérgio Matos da Silva, 45, e Jakeline Aparecida Pereira, 32. Foram conduzidos coercitivamente Eduardo Silva do nascimento, conhecido como Dudu, 38, e Emerson Ribeiro da Silva, 41. Uma mulher ainda está foragida.

O Superintendente de Investigação e Polícia Judiciária (SIPJ), Delegado-Geral Márcio Lobato, contou o que foi apurado pelas investigações. “As apurações começaram há cerca de cinco meses quando uma das vítimas nos procurou para relatar que tinha caído em um golpe. Eles cometiam dois tipos de golpe. O primeiro era a falsa venda de veículos. Eles anunciavam o veículo em um site de vendas, o interessado entrava em contato com o vendedor e ele contava uma história - de que já tinha pagado 48 prestações e que ainda faltavam 12, mas que o banco tinha recolhido o carro e que teria feito um acordo para pagar um valor bem abaixo do que ele devia, mas que esse pagamento deveria ser feito em um prazo curto - justamente para não dar tempo de a pessoa conseguir descobrir o golpe. O vendedor passava o telefone de uma empresa e o atendente confirmava a veracidade das informações e emitia um boleto para que a pessoa efetuasse o pagamento. O dinheiro caía na conta de um ‘laranja’ e depois ele dividia o dinheiro”, destacou. “Eles chegavam a vender o mesmo carro cinco vezes em uma mesma semana”, completou.


A segunda modalidade de golpe era o falso empréstimo. A quadrilha oferecia, na internet e em jornais, empréstimos para pessoas com o nome negativado e, para se concretizar o negócio, a vítima teria que depositar a quantia de 10% do valor do empréstimo a título de seguro. E como de costume, após o deposito desse seguro, os criminosos não mais atendia ao telefone.

De acordo com o Chefe do Departamento de Fraudes, Rodrigo Bossi, as investigações continuam. “Vamos dar continuidade à operação e o nosso objetivo agora é descapitalizar a organização criminosa, pois eles faziam diversas viagens, faziam muitas festas e esbanjavam dinheiro”, ressaltou.

 
O delegado Daniel  Buchmüller, responsável pelas investigações, discorreu sobre o trabalho desempenhado pela equipe. “Foram oitos presos: cinco por prisão preventiva e três por temporária. Eles confessaram a participação nos golpes, mas não deram detalhes. Disseram que estavam desempregados e por isso se envolveram no crime. Essa era uma quadrilha extremamente organizada e que agia em diversos estados do país, como Brasília, Tocantins, Paraná, Rio Grande do Sul, entre outros”, destacou.