O uso de doping é uma das questões mais controversas do esporte moderno. Todavia são raros os estudos centrados nos valores, motivações e atitudes dos atletas a respeito dessa questão. O objetivo deste texto é apresentar uma investigação internacional comparada entre atletas olímpicos (Sydney, 2000) brasileiros e alemães a respeito do doping. Para esta investigação foram utilizadas técnicas. Os resultados indicam que a atitude dos atletas em relação ao doping é condicionada por um processo entre valores morais. Desse modo é possível pensar em uma ressignificação do esporte moderno a partir dos valores e atitudes de seus praticantes. Já em 800 a.C., atletas usavam cogumelos para melhorar desempenho.

Os recentes casos brasileiros de doping têm chamado a atenção da mídia e do público, mas essa prática não tem nada de novo: na realidade, ela faz parte da história do homem há milênios.

A história do uso de substâncias que melhoram o desempenho físico é mais antiga do que os jogos olímpicos. Os chineses, há 4 mil anos, conhecem os efeitos do chá da planta chamada “machuang”, que era utilizada para aumentar a capacidade de trabalho.

Nos jogos olímpicos da Antiguidade, em 800 antes de Cristo, os atletas bebiam chás de diversas ervas e usavam óleos e cogumelos para melhorar do seu desempenho. Já no século 19 se tornou popular entre os atletas uma bebida chamada “Vin Mariani”, à base de folhas de cocaína, que levava o nome do alquimista que a produzia.

No período inicial do século 20, as Olimpíadas eram momentos de celebração e esporte. O espírito olímpico prevalecia e o uso do doping era eventual, pois os atletas competiam pelo prazer da superação individual.

Seja por motivos políticos ou financeiros, o doping passou a ser utilizado de forma cada vez mais “científica”. Agora, o que vale é a vitória a qualquer preço. E esse preço foi cobrado de forma dolorosa nos jogos de 1960 e de 1964, com a morte de dois atletas por uso excessivo de substâncias estimulantes e hormônios.

A partir daí, o Comitê Olímpico Internacional criou uma comissão médica que passou a atuar nas Olimpíadas.

Anvisa prepara norma para entrada de kits antidoping

O  Brasil  terá  uma  norma  específica  para  a  entrada  de  produtos  e  kits  antidoping.

A  Anvisa  instituiu  um  grupo  de  trabalho  que  vai  propor  normas  para  a  entrada,  no  país,  dos  produtos  utilizados  nos  testes  de  controle  de  dopagem  durante  eventos  esportivos.  O  procedimento,  conhecido  como  internalização,  é  fundamental  para  que  o  Brasil  tenha  agilidade  na  realização dos  testes  antidoping  e  seja  capaz  de  atender  as  necessidades  dos  grandes eventos  esportivos  no  país,  como  a  Copa  Fifa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

O  objetivo  é  desburocratizar o  procedimento  de  entrada  dos  produtos  no  país que  opera  no  Brasil  tenha  acesso  aos  produtos  e  kits  necessários.  A  proposta é  que  haja  uma  norma  única  que  sirva  para quaisquer eventos esportivos a serem  realizados no Brasil. Em anos anteriores, o  Brasil publicou regras específicas de acordo  com cada evento realizado, como os jogos  militares e o Pan-americano.

O  grupo  contará  com  representantes  da  Anvisa,  da  Autoridade  Brasileira  de Controle  de  Dopagem  e  do  laboratório brasileiro  credenciado  junto  à  Agência Mundial  Antidoping  (WADA,  na  sigla  em inglês).  A  portaria  da  Anvisa  determina um  prazo  de  90  dias  para  a  apresentação  de  uma  proposta.  A  criação  do  grupo  de  trabalho  é  resultado  de  consenso  obtido  em  reunião  realizada  na  Anvisa  no  último  dia  18,  que  contou  com  a  participação  do  diretor-presidente  da  Agência,  Dirceu  Barbano,         e do  Diretor José Agenor Alvares  da Silva.