17_MHB_zin_mamonas2RIO - Quinze anos se passaram desde que o grupo Mamonas Assassinas sofreu o acidente de avião que deixou o Brasil órfão de suas brincadeiras. De lá para cá, não surgiu outra banda com tanta irreverência. Aqueles cinco rapazes de Guarulhos marcaram tão forte a memória nacional que, até hoje, os sucessos do Mamonas são tocados em aniversários de crianças que nem pensavam em nascer quando o grupo estourou.

Não é à toa que o documentário que relembra a trajetória do grupo e chega hoje aos cinemas se chama "Mamonas para sempre".

17_MHB_zin_mamonas2RIO - Quinze anos se passaram desde que o grupo Mamonas Assassinas sofreu o acidente de avião que deixou o Brasil órfão de suas brincadeiras. De lá para cá, não surgiu outra banda com tanta irreverência. Aqueles cinco rapazes de Guarulhos marcaram tão forte a memória nacional que, até hoje, os sucessos do Mamonas são tocados em aniversários de crianças que nem pensavam em nascer quando o grupo estourou.

Não é à toa que o documentário que relembra a trajetória do grupo e chega hoje aos cinemas se chama "Mamonas para sempre".

- Nas festinhas de 10 anos rola sempre música dos Mamonas e os pequenos sabem cantar as letras de cor. Isso prova que as canções ainda têm sintonia com essa geração. Os músicos morreram, mas deixaram como herança seu trabalho e não é o documentário que está trazendo a banda de volta, ela simplesmente nunca foi esquecida - ressalta o diretor do filme, Cláudio Kahns, lembrando que, espalhadas pelas redes sociais, há dezenas de comunidades em homenagem aos músicos, totalizando mais de 3 milhões de membros.

A intenção do diretor nem era transformar a pesquisa de três anos em um doc. Ele queria rodar um longa de ficção, mas, ao analisar o mar de entrevistas que havia feito apenas para coletar material, percebeu que ali já existia um filme. E se engana quem pensa que Cláudio embarcou na ideia por ser um adorador do conjunto, na verdade, ele nem curtia muito:

- Uma amiga me sugeriu o projeto e eu achei interessante, mesmo não gostando tanto do Mamonas. Mas, durante as gravações, não tive como não virar fã. Vi que eles eram realmente muito criativos, talentosos e verdadeiros - diz.

Apesar da jornada bem-humorada de Bento, Dinho, Júlio, Samuel e Sérgio ter encontrado um final triste, Cláudio frisa que o longa "fala sobre vida, não sobre morte". Foi um pedido das famílias, que o cineasta cumpriu sem pensar duas vezes:

- Os parentes nem precisavam ter me pedido isso, porque meu interesse era fazer um filme fiel aos princípios deles: leve e tão alto-astral quando os Mamonas.

Quem assiste ao longa percebe exatamente o que o diretor quer dizer. Toda aquela molecagem vista no palco rolava também por trás dele. O clima infantil e bobo, no bom sentido, era 100% autêntico.

- O que o vocalista Dinho e toda turma mostravam no palco era o lado íntimo - conta Cláudio.

Há no filme uma frase do próprio cantor que confirma a teoria do diretor:

- Ficamos um tempão querendo ser iguais aos outros. Quando resolvemos ser a gente mesmo, o negócio rolou. Unimos o útero ao agradável - brinca o cantor, em uma imagem de aquivo.

Porém, a história dos Mamonas Assassinas não foi sempre cheia de sucesso. Até serem descobertos pelo produtor musical Rick Bonadio, à época na gravadora EMI, pela qual lançaram seu único álbum, em 1995, o grupo passou por uma série de decepções. Antes de se entregarem ao humor, os paulistas tinham uma banda de rock, a Utopia, que fazia um som mais pesado e tinha letras bem menos alegres. O projeto nunca chegou a emplacar e enfrentava uma barra até para agendar shows. Para o diretor de "Mamonas para sempre", o momento mais emocionante do filme é o desabafo que Dinho faz sobre as dificuldades que enfrentou:

- O Mamonas está no Estádio de Guarulhos, sua cidade natal, pronto para tocar, quando Dinho conta que já havia tentando se apresentar lá na época em que a banda se chamava Utopia, mas o prefeito da cidade não havia permitido. Então ele faz um discurso lindo sobre acreditar nos próprios sonhos e nunca desistir - lembra Cláudio.

Os breves e explosivos sete meses em que o Mamonas Assassinas frequentou o nosso cenário musical foram a prova de que Dinho estava certo.


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