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O anúncio de Donald Trump de que os Estados Unidos vai abandonar o acordo nuclear com o Irã firmado em 2015 teve reação imediata na Europa e Oriente Médio. Pouco depois do pronunciamento de Trump na Casa Branca, o presidente francês Emmanuel Macron, condenou no Twitter o posicionamento assumido pelo presidente norte-americano e falou em nome de outros países, como Reino Unido e Alemanha.

"A França, a Alemanha e o Reino Unido lamentam a decisão dos EUA de deixar o JCPOA [sigla do acordo em inglêss]. O regime de não proliferação nuclear está em jogo", alertou Macron. Ele também afirmou que estes países trabalharão em conjunto por um acordo mais completo.

"Trabalharemos coletivamente em uma estrutura mais ampla, abrangendo a atividade nuclear, o período pós-2025, a atividade balística e a estabilidade no Oriente Médio, notadamente na Síria, no Iêmen e no Iraque".
Há menos de quinze dias, Macron foi até os Estados Unidos para conversar com Trump e tentar convencê-lo a não abandonar o acordo.

A União Europeia posicionou-se minutos antes do anúncio de Trump e afirmou que o acordo é importante como instrumento de dissuasão do Irã para obter armas nucleares e que manterá o apoio. "A União Europeia está determinada a agir de acordo com seus interesses de segurança e a proteger seus investimentos econômicos", disse Federica Mogherini, chefe do bloco.

Ela lembrou que o acordo nuclear com o Irã é o "ponto culminante de 12 anos de diplomacia e que o pacto pertence a toda a comunidade internacional".

Federica Mogherini fez um apelo ao Irã e aos iranianos para que não permitam que "ninguém desmantele o acordo".

Irã

Algumas reações também foram de apoio ao Irã. Pouco depois das declarações de Trump, a Turquia afirmou por meio de seu ministro da economia, Nihat Zeybekci, que vai continuar suas relações bilaterais comerciais com o Irã, e que não "prestará contas a ninguém a respeito". 

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse que a decisão anunciada por Trump repetiu uma experiência histórica de que os "Estados Unidos nunca cumpriram seus compromissos". No domingo, ele já havia dito que o país sofreria um "arrependimento histórico" se tomasse alguma decisão sobre deixar o acordo e afirmou não estar disposto a rediscutir novos termos.

Aliados

O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, afirmou em declarações à imprensa que Trump fez um "movimento histórico". Ele elogiou o presidente norte-americano pelo que chamou de uma decisão "corajosa de liderança" contra um regime que alimenta o terrorismo e um acordo que jamais "deveria ter sido celebrado" nos termos em que foram.

A Arábia Saudita, importante aliado econômico dos Estados Unidos, divulgou um comunicado em sua TV Al Arabiya em que afirma que o Irã "usou ganhos econômicos da suspensão das sanções para continuar suas atividades para desestabilizar a região", seguindo os argumentos de Trump de que o governo iraniano estaria desenvolvendo mísseis balísticos e apoiando grupos terroristas na região.