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O presidente Donald Trump deve se reunir na tarde de hoje (28) com parlamentares na Casa Branca para discutir mudanças nas leis sobre armas no país. A reunião acontece 15 dias depois do massacre na escola de ensino médio Stoneman Douglas, em Parkland, Flórida, que deixou 17 mortes, devido ao tiroteio do ex-aluno da escola Nikolas Cruz, de 19 anos.

Na terça-feira (27), uma pré-proposta que pedia restrições para a venda de armas potentes, como a AR-15 usada pelo adolescente foi rejeitada pela liderança republicana. O próprio líder da maioria, na Câmara de representantes Paul Ryan disse que os republicanos irão focar nas falhas da aplicação das leis e não em impor um controle de armas mais rigoroso.

Após o massacre na escola da Flórida uma onda de protestos levou milhares de pessoas às ruas, em vários estados. A pressão por mudanças aumentou e Donald Trump apresentou algumas sugestões, entre elas o controle de vendas de armas mais pesadas. Ele sugeriu que a idade legal para comprar armas semiautomáticas mude de 18 para 21 anos.

Trump também apresentou algumas ideias polêmicas, como treinar e equipar professores para trabalharem com armas dentro das salas de aula. E chegou a sugerir que alunos também recebessem treinamento de armas.

Mobilização

Além de pais, alunos e estudantes e entidades que lutam por maior controle de armas, algumas campanhas nacionais aumentaram a pressão sobre Trump para que algum tipo de mudança seja votada.

Uma das iniciativas veio de empresas que decidiram boicotar a NRA – National Rifle Association, e retirar financiamentos da associação, que exerce um poderoso lobby no Congresso americano contra mudanças.

Companhias como a Delta Air Lines, United Airlines, Hotéis Best Western, Hertz, e Avis anunciaram o fim das parcerias com a NRA a partir deste ano.  Grandes empresas de serviços parceiras da NRA ofereciam descontos para membros da associação, que pagam anuidades.

As empresas que abandonaram os acordos com a NRA aderiram a hashtag no Twitter #BoycottNRA, que começou a ser usada em outras redes sociais por ativistas.

Negligência

O caso de Nikolas Cruz, que está sob custódia policial e afirmou estar arrependido, repercute na mídia pelas denúncias de que o comportamento do rapaz já havia sido denunciado por diversas vezes às autoridades.

A rede de tv americana CNN revelou que a polícia local recebeu ao menos 45 chamadas relacionadas ao atirador e ao irmão dele entre 2008 e 2017. A polícia negou as acusações e diz ter recebido menos que 23 chamadas sobre o rapaz, mesmo assim testemunhas que chamaram a polícia para denunciar o jovem nos anos anteriores ao ataque acusam a polícia de negligência.

Em uma entrevista à rede CNN, Scott Israel, o xerife responsável pelo Condado de Broward, disse que os dados eram inconsistentes.  Mas há informações em documentos de que o atirador mostrava sinais de violência e instabilidade mental em casa.

A reportagem da CNN mostrou que pelo menos 19 chamadas da residência de Nikolas Cruz foram feitas por incidentes relacionados ao garoto, denúncias de desaparecimento, violência - como "bater na mãe", foram encontrados nos registros, alguns com Cruz ainda criança, aos nove anos de idade.

Em 2016 um vizinho avisou à polícia sobre uma postagem do Instagram em que Cruz disse que "planejava disparar na escola".