Categoria: Casos de Policia

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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou nesta segunda-feira (18), a Operação “Hepatite” visando combater uma organização criminosa especializada na prática de crimes de estelionato, falsificação de documentos e fraude processual em Belo Horizonte. As investigações revelam que os prejuízos superam R$3 milhões.

Nesta primeira etapa, foram cumpridas medidas cautelares contra 17 alvos, incluindo buscas em clínica médica e escritórios de advocacia, resultando na prisão de 12 pessoas, na apreensão de sete veículos de luxo e de certa quantia em dinheiro, além de moedas estrangeiras (6.335 euros; 660 pesos argentinos; 400 pesos mexicanos, 20 pesos uruguaios; 20 libras inglesas; 643 dolares americanos e 887 reais).

Dentre os veículos apreendidos estão um Porche 718 Caymar (preço médio R$ 500.000,00); um Audi Q3 (R$ 140.000,00); uma Range Rover Evoque (R$ 200.000,00); um Volvo XC 60 (R$ 200.000,00); um Chrysler 300 (R$ 150.000,00); uma BMW 328 I (R$ 170.000,00) e um Jetta 2.0 (R$ 105.000,00), totalizando um valor aproximado de um milhão e meio de reais apenas em automóveis. 

A organização criminosa conta com falsos pacientes, médicos, representantes de empresas de importação de fachada, advogados e aliciadores.

O Chefe do Departamento Estadual de Investigações de Fraudes, Delegado-geral Rodrigo Bossi, acredita que os prejuízos possam ser ainda maiores. “Acreditamos que existam outras pessoas envolvidas nesta organização criminosa, e que com isso, os prejuízos sejam superiores ao que já apuramos. As investigações irão prosseguir para a qualificação e identificação destes envolvidos e para a elucidação e apuração total dos fatos” concluiu.

A denúncia foi realizada por uma operadora de plano de saúde, que estava sendo vitima dos golpes. Repetidas solicitações de reembolso de medicamentos importados, com alto valor de mercado, estavam sendo feitas e pedidas para falsos pacientes em tratamentos da Hepatite C. Com a desconfiança, a empresa procurou a Polícia Civil que, de imediato, deu inicio as investigações há cerca de um ano.

Foram presos dois médicos (Adolfo Freitas Junior e Rodrigo Nelson de Moura Guerra), cinco advogados (Natália Jessica França Ferreira, Reginaldo Lucimar Braga, Roger Junior Andrade, Rosangela Simões de Miranda e Thais Vieira Faria), dois falsos pacientes (Mariane Novaes Nunes), dois aliciadores (Ítalo Marcel Tavares Barbosa e Luiz Osmar Nogueira Batista) e um empresário de fachada (Rodrigo Lopes Fereira).

O Chefe da Divisão do Departamento de Fraudes, Rodrigo Bustamante, ressaltou a importância de trabalhar na apuração dos crimes sem olhar as classes sociais dos envolvidos. “Essa é mais uma operação da PCMG que demostra a imparcialidade na apuração dos crimes, não havendo qualquer tipo de distinção para nossa instituição. Seja o criminoso rico ou pobre, todos deverão responder pelos seus ilícitos” concluiu.

O Delegado Rodolpho Machado, responsável pelas investigações, destacou a relevância da operação. “Esta operação de hoje, foi de grande sucesso para toda a nossa equipe. Trabalhamos duro e pesado durante um ano para identificação de todos os suspeitos e para ter conhecimento de como funcionava todo o sistema fraudulento. A sociedade ganha muito com este trabalho, impedindo que a corrupção fique impune para alguns” concluiu

Os suspeitos devem responder na Justiça por organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, dentre outros crimes.