Juberson dos Santos Melo

O ex-secretário de Desenvolvimento Econômico de Araguari, Juberson dos Santos Melo - Paju, se apresentou à Polícia Civil de Araxá na noite desta sexta-feira (13). Ele é um dos alvos da Operação “Hoopoe” que investiga um suposto esquema de desvio de recursos da administração municipal.

A defesa de Paju disse a reportagem que, por enquanto, não pode dar nenhuma declaração, visto que os autos estão sob segredo de Justiça e ainda não teve acesso ao teor completo.

De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), o mandado de prisão temporária contra o suspeito não foi cumprido antes porque ele era considerado foragido. A Polícia Civil e a Promotoria de Justiça confirmaram a apresentação dele no Alto Paranaíba. O ex-secretário retornava de viagem de Belo Horizonte.

Ele foi levado para o presídio de Araguari neste sábado (14), onde já estão outros dois presos. Além de Juberson, estão detidos temporariamente o diretor da Superintendência de Água e Esgoto (SAE) da cidade, André Reis, e o vereador Cláudio Coelho (SD). A prisão temporária tem prazo de cinco dias, podendo ser prorrogada por mais cinco.

Operação “Hoopoe”

A organização criminosa foi descoberta a partir de um inquérito da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público de Araguari sobre a venda irregular de túmulos no Cemitério Bom Jesus. Posteriormente, foi verificado um esquema de desvio de recursos praticado por agentes públicos e políticos da cidade.

Conforme apuração dos promotores de Justiça, os investigados aproveitavam os cargos em diversos setores da Prefeitura e da SAE para obter benefícios políticos e econômicos. Em nota, o prefeito Marcos Coelho esclareceu que a operação tem e terá o total apoio e colaboração de todos os setores e departamentos da Prefeitura de Araguari.

Entre os indícios investigados pelos promotores e a Polícia Civil, é apurada a conduta do ex-secretário em uma conversa com o representante de uma empresa sobre um projeto de lei enviado à Câmara. O objetivo da matéria era autorizar crédito suplementar na ordem de R$ 7 milhões, cujo recurso seria rateado entre diversas secretarias municipais para ser repassado à empresa.

“Essa prova demonstra que havia tráfico de influência, ou seja, eram recursos do município com várias deficiências dos serviços públicos sendo desviados para uma empresa privada”, comentou o promotor do Grupo Especial do Patrimônio Público (GEPP), Fabrício José da Fonseca.

Os suspeitos devem responder pelos crimes de organização criminosa, peculato, fraude à licitação, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, cujas penas variam de três a 12 anos de prisão.

Secretários foram afastados dos cargos

Durante a operação, foram cumpridas nove ordens judiciais de afastamento de servidores e agentes políticos, incluindo os três alvos com mandados de prisão temporária e três secretários do alto escalão do Poder Executivo.

O afastamento por tempo indeterminado ocorreu em virtude de o MPE acreditar que os agentes poderiam prejudicar as investigações e a colheita de provas.

Entre os secretários afastados estão o da pasta de Serviços Urbanos, Cândido Arruda, Marco Antônio Faria, da Secretaria de Gabinete e Rafael Guedes, da Saúde. A assessoria de comunicação da Prefeitura de Araguari informou que os cargos serão assumidos por secretários interinos após publicação no Correio Oficial. As mudanças devem ser publicadas na próxima segunda-feira (16).

Fonte: Portal G1 Foto:Reprodução Facebook