policial civil logo

Vingança. Esse teria sido o motivo de uma tentativa de feminicídio ocorrida em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, contra uma mulher de 37 anos. A vítima denunciou a agressão sofrida pelo então companheiro e revelou a prática do tráfico de drogas por ele, no bairro São Geraldo. Os levantamentos da Polícia Civil indicam como suspeitos de serem os mandantes do atentado o ex-marido, Arnaldo Vitoriano Barbosa, de 51 anos, e o filho dele, Renato Vitoriano Evangelista Barbosa, 27. Já como executores, são apontados dois adolescentes de 16 e 17 anos.

De acordo com o Delegado Guilherme Catão, quando houve a denúncia, em 26 de junho de 2017, Arnaldo foi preso em flagrante. Na ocasião, ainda, foram apreendidos munições de arma de fogo, um carregador, diversos produtos que teriam sido trocados por entorpecentes, cerca de R$ 1,8 mil em espécie, drogas e material utilizado para a embalagem das mesmas. Conforme apurado, o atentado foi planejado enquanto o ex-companheiro estava preso.

A vítima foi surpreendida no dia 12 de novembro de 2017, cinco dias antes de o ex-companheiro sair do presídio e passar a responder em liberdade. “Quando desembarcou de um veículo, perto de sua residência, ela percebeu que os menores estavam se aproximando e chegou a segurar a arma de fogo que um deles portava. Entrou em luta corporal e foi atingida por disparos no rosto e no braço”, explica Catão. As apurações da Polícia Civil apontam que, a mando de Arnaldo, Renato forneceu a arma e recrutou os menores. O artefato utilizado no crime não foi localizado.

Pai e filho tiveram suas prisões preventivas cumpridas no dia 28 de fevereiro. De acordo com o Delegado, eles negam qualquer envolvimento no crime. Em 15 de março, a Polícia Civil executou mandados de busca e apreensão para acautelamento dos menores, que confessaram participação. Os suspeitos foram indiciados por tentativa de feminicídio e corrupção de menores, enquanto os adolescentes vão responder por ato infracional análogo à tentativa de homicídio qualificado.

Como nos dias das prisões os policiais encontraram drogas e embalagem para dolagem com os quatro investigados, um novo inquérito policial foi instaurado para apurar o comércio ilegal de entorpecentes. De acordo com Catão, a Polícia Civil também estava recebendo diversas informações de ocorrência de tráfico de drogas no local. “Os moradores do bairro se sentiam privados de coisas básicas, como ir à escola no período noturno, por causa da violência ali instalada”, observa o Delegado.

Arnaldo e Renato se encontram no Sistema Prisional, enquanto os adolescentes foram encaminhados a um Centro Socioeducativo, e estão à disposição da Justiça.